terça-feira, 27 de agosto de 2013

Ressurgindo das cinzas???

Estamos um pouco sumidos, hmm? Não nos esquecemos do blog, apenas empacamos por um tempo. Mas é de conversas engraçadas como a que descrevo abaixo que se avança...

Deixe-me explicar melhor ...


Shelly Charmaine

Legenda (sim, porque é necessário):
Preto: momentos de Renato
Itálico cor de rosa avermelhado: comentários que jamais saíram de minha mente
Azul: minha resposta

Descrição literal, sem preocupação com pontuação de uma conversa sobre o andamento do livro entre Renato e Shelly, do dia 08 de Agosto de 2013

“Charmaine! Segue minha epifania, acredito que engataremos de vez agora!

O livro se desenrolará com o personagem da Mitologia
lá vem mais uma, já passeamos entre a pré da pré-história, chegamos numa ninfa de sei lá onde e agora, estamos mergulhando na Mitologia, ok...que havia mencionado previamente (Dionísio ou Baco “ou”, hein? , originalmente Deus das festas, orgias e bebida, portanto, um Deus alegre sim, muito! Concordo! que, por algo que aconteceu há muito tempo, virou um cara ressentido com o mundo e se retirou (sobre o que aconteceu para ele se retirar e sumir, preciso pensar ainda, relaxa que é uma epifania em evolução!). No século XXI , ele é acordado por um casal que estava acampando perto de seu esconderijo e, ao transarem e urrarem de prazer, acabam por despertar sua voraz fome  - ele se alimenta de energia sexual, de vibrações de bêbados e drogados - e acordam um Deus faminto que, obviamente Oi? Mas é claro! Como não seria óbvio? Apareceu em vários filmes de quinta que nos divertiam na sessão da tarde quando a Globo ainda era legal..., consome o casal de alguma maneira horrível que ainda vamos pensar.

Depois de dormir por mais de 2 mil anos, ele começa a explorar o mundo "novo" e detesta o que vê, tem nojo do ser humano e de como ele destrói o planeta (Dionísio Afff que nome é este, como ele veio parar aqui? Bom, darei uma chance, na hora que ele me mandou o texto era madrugada de um final de semana, vou dar o benefício dos efeitos reversos do Deus Baco e continuar a ler o que eu chamo de “momento Renato”  é um Deus das florestas e , ao "conversar" com o verde hahahahahhahaha , descobre que a raça humana esta consumindo o planeta e decide exterminá-la Clichê all over again. Para tanto, precisa de nossa protagonista (a ninfa) que, há tempos se mudou para a Floresta Amazônica (perto da fronteira com a Colômbia  Ó Santo Genésio, explicai-me: POR QUEEEEEEE????).  Ele não sabe disso. Começa uma caçada humana dele por ela (o livro focara nela, mas de tempos em tempos voltaremos a ele, rodando o planeta atrás dela, conversando e matando pessoas com quem ela conviveu de maneiras criativamente terríveis (deixa comigo rs), passando por festas, puteiros, ponto de venda de drogas, conversando com gente on the Edge of life leia-se cantando: “we’re livin’ on the edge; we’re livin’ on the edge;  tell me what you think about your situation, complication-aggravation is geeting to youuuuu”! Música do Aerosmith me consumiu por uns minutos e perdi o foco que são as tocadas de alguma forma por nossa protagonista.

A cada situação ele ganha pistas que o colocam mais próximo dela, do Brasil, da Amazônia tadinho ... Ele é superforte, pode manipular a mente humana, veste-se como um pimp, as mulheres sentem uma atração irresistível por ele, instigando os vícios nas pessoas, todos que estão ao seu redor querem foder, beber e tudo o mais ligado a Dionísio. Ele tem bom gosto e paladar apurado para por vinhos e bons restaurantes, gasta fortunas que rouba de suas “vítimas”. É um glutão. Suas presas sentem o odor putrefato de sua essência, sua aura antiga e maligna cheira a mofo e enxofre tão Crepúsculo de sua parte! Apesar disso, ele parece, na maior parte do tempo como um humano normal e ordinário, porém bem dotado (livre para sua interpretação), mas mantém desprezo pela vida do homem e conflita com o moderno e suas engenhocas ridículas  "essa carroça sem cavalos q eles chamam de carro".

Enquanto isso, ela vive na floresta, como uma cientista estrangeira supostamente estudando a Floresta Amazônica hhahahahahahah . Fala bem o português. Enlouquece os homens, tem alguns poderes sobre humanos que ela evita usar, primeiro porque quer se misturar aos humanos sem despertar suspeitas e, segundo porque possui um laço com ele Quem????  e imediatamente sentiu sua presença no mundo quando ele despertou e, sempre que ele usa seus dons, ela sente e "vê" o que ele está fazendo (deixa para intercalar entre a narrativa dela e a narrativa dele) ela vê ele matando as pessoas, sente o ódio dele, o que ele quer fazer e, principalmente, que ele esta atrás dela, chegando cada vez mais perto... A recíproca é verdadeira sempre que ela usar suas habilidades, ele também a sente e, se ela não tomar cuidado, ele rapidamente encontrará...

Na fronteira, ela tem um caso com um membro das tropas especiais de guerra na selva do Brasil (as melhores deste tipo no Planeta )-  tem uma série de coisas legais sobre esses caras, as mais é que eles sabem tudo sobre a selva, como sobreviver ali, onde dormir, os animais, onde achar comida, escapar das cobras, predadores, caçar, insetos, plantas... -  E ela sendo uma criatura da natureza como ele, se apaixona Avatar all over again. Além disso, os caras destas tropas são em sua maioria índios Ao menos um enredo eclético hehehee.

Ele é descendente de índio com olhos azuis (sua mãe era uma gringa médica que passou um tempo na tribo dele médicos sem fronteiras são tão dignos, principalmente quando provindos de terras nórdicas e que procriam com índios e/ou soldados do Brasil quase colombiano, entendi...) ele não sabe que ela é uma ninfa, mas emerge em profundo amor e admiração por sua pessoa, mesmo ele, que sempre teve todas aos seus pés (forte, alto, olhos claros, pele morena, cabelos negros como a noite na floresta equatorial, ar misterioso e espartano com as palavras, sempre sabias. Soldado. (E todo este blábláblá de moço másculo que deixo pra você desenvolver EBAAAAA! ) e isso será um subplot. Ele fará qualquer coisa por ela e, por esta razão terá um papel importante na trama e a ajudará no desfecho e derrota de Dionísio.

Várias situações na floresta dele ensinando a ela sobre a Amazônia (afinal, ela nasceu e viveu na Grécia), explorar o sexo dos dois, colombianos das farcs invadindo as fronteiras, traficantes de droga  etc. Dionísio a encontrar nossa ninfa...

Basicamente é isso. Muito assunto pra pesquisar (Grécia, mitologia, particularidades da Amazônia, das tropas especiais, dos confrontos com farcs e traficantes que rolam lá, das histórias das pessoas q ele encontrara com as pistas dela). Clímax e alguns subplots. Diga-me depois o que achou e o que acha que precisa mudar, tirar ou acrescentar. O que acha??  Aiii, caro amigo, você foi longeeeeee, hm? Ok, sem preconceitos! Tentarei escrever algo seguindo um pouco dessa linha que esboçou, apenas para certificar que a história realmente não me comprou.”

Troca de e-mails 4 dias depois...

“Charmaine? Conseguiu ler? O que achou? Eu não tenho certeza... Está estranho, sei lá... Acho que estamos perdidos nessa história de ninfa...”.


Após mais uma semana, chega a resposta...

Renato,

Lá vamos nós... Não sei se curto... Mas, podemos tentar... Dei uma rascunhada por cima do que passou de base, mas acho que não fui bem sucedida:

Idiotas! Vocês não sabem de nada! Desconhecem a história real, viramos perfumadas fábulas fantasiadas por minha causa; eu que plantei esse esquecimento propositalmente, mas agora meus olhos ardem após tantas claras noites em alerta. Aquela "paz" sumira velozmente. Ele acordou, sei que sim. Não consigo sentir suas intenções, ele ainda deve me amar... Ou virá para se vingar?

Eternidades se passaram e os Deuses permanecem silenciados perante meu ardiloso ato, principalmente após minha injusta condenação à “vida” neste Planeta. Querem saber o que fiz com ele? Hm... Seduzi sua alma e, ainda enquanto deitava-me em seu peito, arranquei-lhe o coração, ele apenas suspirou e embriagado por meus talentos e muita droga que corriam nas veias daquele bêbado dissimulado, disse pateticamente: "Meu coração pulsa apenas por você, faça o que quiser...", e o fiz: queimei na lava do vulcão que o criou. Costurei seus lábios com os fios da arpa de Morfeu para que ele autoconsumisse sua ambição e engolisse seco seus desejos insaciados. Ainda anestesiado por meu veneno, concedia-me um corpo estático e não reagia às minhas agressões calculadas. Amarrei com meus longos fios de cabelo dourado, seus braços e pernas. Cavei uma vala ao núcleo terrestre e lá enterrei sua carcaça. Soube que, toda vez que ele relutava contra meu veneno urrava alto com seus lábios cerrados e a Terra sacudia - enquanto esses boçais geólogos chamem de "abalos sísmicos". Ingênuos...Ingênuos! Não sabem o que está por vir. Ele virá por mim.


Três dias depois, por telefone, decidimos trilhar um novo caminho...

“Hhahahahah Charmaine, Charmaine! Suas reticências logo no início apenas grifaram a pura verdade, está uma merda, muito batido, muito mitológico, muito estúpido. Engraçada a sua maneira ‘meiga’ de confessar que a história não convencia; não se acanhe já nos conhecemos há anos para estas formalidades desnecessárias”. “Aiiii ainda bem que você concorda, nem te conto o que eu pensava durante a leitura de sua ideia! Não adianta, até que eu tentei, mas ainda sou muito verde para este tipo de literatura e, apesar de achar fascinante a Mitologia, não acredito que seja um tópico que gostaria de escrever, teríamos que ter muito gabarito e estudo para fazer uma narrativa que não cansasse os leitores e, para ser sincera, não acredito que deveríamos seguir esse caminho. Ainda mais sendo escritores de primeira viagem”. 

“Sabe... eu ainda não desisti da Pré-História, o que você acha de...”

“NÃO! Já discutimos sobre isso, sem Pré de nada! Nananinanão! Eu realmente estou perdida, não estou satisfeita com nada que desenvolvemos até agora...O que fazemos então? Voltamos ao zero? Toda vez que damos um passo para frente voltamos pra trás dando cambalhotas desengonçadas!”.

“Calma, o processo criativo é isso aí mesmo. Vai pra frente, volta, sobe, desce... Estamos criando chica, não é fácil mas, é divertido e, tenho certeza, uma hora a gente encontra o que procura."

"Precisamos pensar em algum assunto que dominemos e, principalmente, tenha espaço para contar boas histórias que as pessoas gostem de ler. Talvez voltar para a ideia inicial, fazer uma compilação de contos... Mas volta também aquele problema de precisarmos de uma conexão entre os capítulos, uma história mestre que sustente as outras diversas histórias que queremos contar”.

“Precisamos nos desprender de tudo o que já fizemos, isso sim!”.

“Concordo, façamos o seguinte, então, daqui 2 semanas cada um entrega um conto de 3 páginas um para o outro, sobre qualquer coisa, qualquer coisa que realmente queiramos escrever. Faremos isso até encontrarmos algo que bata para os dois, que faça sentido...”.

“Combinadíssimo! Assim também iremos conseguir identificar nossos gaps de interpretação, nossos pontos fortes e fracos e onde podemos nos completar. Estou aliviada que voltamos aos contos; isso me traz uma liberdade imensa! É minha zona de conforto, onde a minha mente borbulha, Renato!”.

“Fechado então Shelly".

Resumo da obra: “Queime o livro antes de ler”, iremos nos fantasiar de fênix e uma nova obra surgirá das cinzas de tudo o que já criamos. Aguardem. Voltaremos em breve! Ufa!

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

En garde, touche!

Ler como um escritor, isso sim é difícil... Dissecar analiticamente a obra camada por camada até encontrar seu âmago; o alicerce. Como muitos escritores, a paixão nasce a partir da leitura e com o que alimentamos com a imaginação. Eis a questão, há tanto o que sugar na vasta literatura disponível, que as ideias começam a se colidir e explodir as estruturas iniciais de nosso livro. É exatamente por isso que estamos passando: processo de desestruturação. Cada vez que supomos ter uma lucidez em cada sentença escrita, traçando rotas em mapas de páginas, acabamos travados em pontos específicos, que nos fazem repensar em cada detalhe previamente definido como “fixo”.
Adoçar com melaço a prosa em nada adianta sem uma boa e forte base arranjada em concreto, tijolo e cimento, portanto, costuramos e rasgamos, costuramos e rasgamos, costuramos e costuramos: pensamentos com ideias. Para garantir algum progresso também estabelecemos um pouco de disciplina, aliás, seguimos em paralelo com nossos compromissos e intensas farras de final de semana. Com 2 horas semanais, de cada um, iremos constituir o conteúdo básico da obra de vez! Qual será o tom da escrita? Por qual ponto de vista estaremos escrevendo? Desenvolveremos o psicológico do protagonista de qual maneira – como ela será e como ela afetará e interagirá com os personagens secundários? Qual(is) a(s) mensagem(ns) que estará(ão) nas entrelinhas a ser(em) transmitida(s)? Ahhh, são tantas as incógnitas empilhadas! Quanto mais pensamos, mais certeza temos que nada sabemos. Estamos perdidos! É extremamente complicado decifrar códigos e montar puzzles com tanto conteúdo solto em nossas mentes.
Há necessidade de captar a essência da verdadeira alma de cada uma das sentenças, destruir tudo que se produziu, mas sem mutilações violentas, para depois discorrer em cima do que previamente foi inventado, iniciado e pesquisado. Consumir o que é útil e transformar o que corria longe da linha do nexo para transformar tudo em borboletas coloridas. Sair do mecânico e compreender cada espaço entre palavras, respirar em cada pontuação, colar os parágrafos e conectar os capítulos até o suspiro final da obra. Levar um pouco do que é palpável e cuidadosamente inserir, com seringa, doses suaves de sensatez lírica ao decorrer das linhas.
Conversamos. Um “conference call” sobre os rumos dos rascunhos. Ateamos fogo nas bordas do papel desenhadas com a escrita para remendar os cantos com tinta de caneta fresca. Minha destra diz: é brincando nas esquinas do ilusório e no que carregamos dentro das gordas malas de cultura acumulada, que completaremos os gaps que restam para empilhar os ossos e montar o esqueleto final. En garde, touche!

domingo, 28 de julho de 2013

Chega!

Tenho milhares de anos. Na aurora do tempo, os homens me adoravam. Minhas filhas saciavam minha luxúria. Vivia feliz pelos lagos e montanhas. Era uma época mais lúdica. O ápice de era da razão. Hoje vivo entre eles. Os tempos são outros... Eu os detesto... Não! os abomino.
Como destroem suas florestas, poluem o céu, procriam como porcos, estão sempre em guerras intermináveis e sem sentido. São como vírus que se espalham e consomem seu hospedeiro, que definha lentamente...

Chega.

Não permitirei... Não permitiremos mais isso. Chegou a hora de lidar com esses ratos de maneira definitiva. Os que sobrarem, nos servirão, esquentarão minhas noites com seus corpos descartáveis, me adorarão, como no passado.

Não tenho certeza se ela vai me ajudar. Espero que sim. Muitas vezes, deitados sobre o céu estrelado, sonhamos e pensamos em como impedi-los. Mas ela mudou... Quando conheceu aquele maldito menestrel... (ainda vou estuprá-lo e comer suas entranhas e arrancar seu coração e fazê-lo gritar e gritar e gritar, com ela assistindo)... Ela não frequenta mais meu leito (quem ela pensa que é?), vive naquela floresta tropical quente e suja... Parece gostar deles...

Mas ela tem algo que quero. algo que preciso... Devo encontrá-la primeiro. Ela vai me ajudar, de uma maneira ou de outra...

domingo, 21 de julho de 2013

Como tudo começou...

Tenho um sonho... Gosto muito das palavras, gosto de escrevê-las, dissecá-las, saboreá-las...
 e chegou a hora de empregá-las para contar histórias.

Tudo começou com uma conversa, que transcrevo aqui, com minha amiga e, como eu, uma anônima escritora amadora, Shelly Charmaine:
 
Primeira Parte - O Convite...
Renato Recife 
Shelly, tudo bem, como vai?  Quero fazer uma proposta para você... resolvi investir em um projeto que tenho faz tempo, de escrever um livro, de contar uma história para o mundo. Como você sabe, adoro escrever e tenho esse sonho faz tempo.
Você se interessaria em escrevê-lo comigo? Pretendo, em princípio, escrever sobre historia, ainda estou refinando o assunto. É um projeto a longo prazo, para terminar e lançar do meio para o fim de 2014.
Precisaria de ajuda principalmente em pesquisa, revisão, sugestões, design e edição. Você que nutre a mesma paixão que eu por palavras, teria a chance de se por a prova e participar da produção de um livro do começo ao fim. Preciso de alguém inteligente e fascinado pela leitura para me ajudar e guiar.
Esta tudo meio embrionário. Tenho o projeto, a estimativa de custos, uma ideia de tema, tempo e muita vontade. A única certeza que tenho é que se nos dedicarmos, vai sair. Afinal é um tema que realmente gostamos e, quando se vai atrás do que se gosta, as coisas nascem, de uma maneira ou de outra. Vai sair legal, não tenho dúvidas.

Shelly Charmaine
Estou aqui, Renato! Nada me daria mais prazer do que ajudá-lo a consolidar um sonho, que é meu também! Preciso de mais informações, é claro. Teria que ser algo em horas livres, pois também não posso comprometer meu desempenho em meu atual emprego, muito menos largar meu ganha pão para comer apenas palavras.
 
Para organização seria essencial estabelecermos horas de trabalho e prazo de entregas, assim manteremos um fluxo de real de desenvolvimento e criação. Aliás, você já tem o esqueleto sobre o conteúdo?

Renato Recife
Vou amadurecer a ideia, fechar o tema (já te envolvendo na discussão) e depois a gente se reúne para discutir como escrever o livro. É um projeto para 1 ano e meio, que vai demandar muito esforço e dedicação. Será muito legal trabalharmos juntos. Uma experiência para ambos. Caso o livro dê certo, e acredito que possa dar - sou um otimista inveterado e acredito no nosso trabalho -, podemos, quem sabe, nos dedicar inteiramente a escrita.

Shelly Charmaine
Combinado Renato! Aguardo, ansiosa!


Segunda parte - O livro, a ideia, o conceito...

Renato Recife
Sabe...Essas coisas são estranhas, mas me acontecem de vez em quando. Na hora que me faltam ideias e está tudo meio nebuloso, elas surgem do nada. Esta noite fiquei pensando muito durante a madrugada. Estava indo pelo caminho errado com o livro. Agora acho que encontrei um tema. Veja o que acha dos pontos que trouxe à tona:
Qual nosso real objetivo ao escrever este livro?
Não é ganhar dinheiro (pelo menos não agora), e sim contar histórias. Isso que me motiva. Contar uma história para as pessoas. Uma história que tenha um pedaço da gente, óbvio, porém mais do que tudo uma boa história que toque os leitores e os faça pensar, como todos os bons livros já que li.
Mas qual seria essa história? A minha história? A história de um grande vulto da humanidade? Uma história fictícia?
 
Não acho que saberia contar a minha história. Escrever uma biografia de alguém e/ou algum acontecimento histórico, parece-me um tanto desgastado, afinal milhares de autores de gabarito, com muito mais conhecimento literário, acesso à informações e experiência, já escrevem; não há necessidade de fazermos o mesmo.
 
Uma ficção me interessa, conforme demonstrei a você nas minhas primeiras concepções para o livro. Eu gostaria de escrever sobre isso, porém o farei em algum outro momento, quando tivermos uma boa história para contar. Ou melhor, quando uma boa história vier a nós...
 
Depois desse "breve" preâmbulo, Shelly, vamos ao tema. Quero escrever as histórias que ninguém quer contar. De Brasileiros esquecidos, parias da sociedade. Trazer a luz suas lutas, suas vitorias, suas derrotas...

Shelly Charmaine
Então montaremos um purgatório purificador para as narrações interrompidas, para as histórias ignoradas, vozes amordaçadas que deixaram no silêncio suas ricas experiências por não terem a quem compartilhar, para as vontades vetadas, para os sonhos esquecidos e/ou perseguidos, para as icógnitas atos notórios em sua perspectiva! Misturar realidades pesquisadas com nosso lirismo lúdico para romanceia a escrita, sem medo de deixar transparecer a nossa genuína vontade de escrever, mesmo sem grandes experiências, e deixaremos as palavras cruas nos conduzir para transformar em palpável esta ideia, sem antisséptico social nem sinal vermelho... Precisamos de uma linha guia pra colar tudo isso. Estou empolgada!
 

 
E o resto desta obra, caro leitor, deixamos para sua imaginação e para contar nas linhas do MUTE, nosso livro... Aqui daremos o gostinho dos bastidores para a concretização do sonho e deixar transparecer para todos os outros "anônimos escritores amadores", que há espaço para no mundo das letras inclusive para aqueles que não receberam receitas de "como escrever um livro", afinal, histórias /estórias devem ser expostas. Basta começar. Basta começar...

sábado, 20 de julho de 2013

A Pré-história - Primeira ideia

Quando começamos a planejar o livro, nossa ideia era escrever uma ficção ambientada no período que antecede a invenção da escrita.

Mais especificamente, a história se passaria no paleolítico, época em que algumas espécies de hominídios como o homem de Cro-Magnon, o Neanderthal , o Homo Rhodesiensis e outras variações arcaicas do homo erectus, conviveram lado a lado com o Homo Sapiens.

Iríamos escrever sobre as interações entre essas diversas subespécies, suas disputas por território e comida, diferenças culturais, surgimento da religião, da comunicação oral e primeiras demonstrações da música, evidencidas por descobertas de flautas e outros instrumento primitivos e da arte, nas pinturas rupestres encontradas em cavernas.

É um período extremamente interessante da história humana, do qual só temos vestígios encontrados em escavações por paleontólogos, o que abre muito espaço para divagar e explorar. Além disso, a possibilidade de abordar a convivência entre as diferentes espécies de hominídeos é fascinante.

Passamos um tempo estudando se iríamos ou não por este caminho e decidimos que ainda não era a hora. Tinhamos uma boa idéia mas faltava lapidá-la. A parte, escrever sobre a pré-história envolveria muita pesquisa técnica e consumiria muito tempo. Tempo que não temos, infelizmente.

De qualquer forma, contaremos essa história algum dia. Seria algo bem diferente sobre um período muito pouco explorado pela literatura, principalmente em romances.

Stay tuned.

~*~*~~*~*~*~


Tá certo: Aceite o convite para escrever um livro sem nem mesmo saber sobre o que seria, o que parece bastante arriscado para qualquer pessoa menos impulsiva. Quando ouvi toda aquela brisa do Renato sobre a Era de Ross (referência ao eterno seriado Friends), confesso que fiquei um tanto arrependida por ter sido tão precipitada. Entre conversas, tentei desviar do assunto, dizendo que é muito complicado escrever sobre o tópico, que corríamos o risco de virar uma tentativa antropológica ou uma recriação do Planeta dos Macacos, na melhor das hipóteses. Tentamos até estruturar o conceito sugerido em uma região específica, pensamos nos lados da atual Europa Oriental... Não, ainda não me convenceu e, no fundo, não acho que tenha convencido o próprio Renato.


Mas não paramos por aí, fomos além! Surtamos sobre a hipótese dos répteis terem se evoluído, não os Homo Sapiens, viajamos tão longe que beiramos à reprise da Família Dinossauro feat. aqueles homenzinhos azuis on LSD, Avatar. Foi então, dentre gozações acerca do tema, que decidimos nos limitar a algo um pouco mais palpável, ao menos mais nítido, já que não compreendo e/ou me interesso lhufas por esta época e, se tivesse minha mão neste conteúdo, iria sair uma sátira nada agradável para os amantes da História.

 
Seguimos com brainstormming e evoluímos para uma época recente, tipo hoje.  

sexta-feira, 19 de julho de 2013

Renato Recife - Um pouco sobre mim

 

Sou um geminiano legítimo, dotado de uma mente cartesiana, herança genética dos homens de minha família paterna, que ocupa boa parte de seu tempo tentando conviver, entender e eventualmente domar, uma sensibilidade enorme, irascível e intensa.

Este estado de constante conflito entre meu "eu" racional e meu "eu" emotivo e sensível, já me trouxe muitos problemas, desde conseguir compreender e aceitar as regras tácitas que regem a vida em sociedade, até ser aceito em um mundo que normalmente tem dificuldades de compreender e aceitar quem não segue estes padrões.

Por outro lado, esta mesma dicotomia me permitiu buscar sonhos que jamais pensei que poderiam ser meus. Me fez alçar voos que não sabia ter capacidade de alçar. Me levou a lugares distantes e exóticos que nunca pensei que conheceria. Me ajudou a construir uma carreira profissional que nunca, mas nunca mesmo, pensei que construiria. Me permitiu viver aventuras que nem lendo livros, meus eternos companheiros, vivi. Me trouxe amores intensos que não imaginava ser merecedor. Me apresentou a pessoas, companheiros de viagem e amigos verdadeiros que não achava que teria e, finalmente, me trouxe até aqui, relativamente são e salvo.

Vivi intensamente, a 1000 por hora, sem preocupações, sem freio e sem travas. Entre percalços e  improvisos, reflexões e atos impulsivos, escoriações, machucados, pauladas e carinhos, sobrevivi.

Hoje, percebo, pela primeira vez, ter atingido uma paz interior que me permite parar e refletir sobre o caminho que trilhei.

Um caminho árduo, duro, cheio de pedras, espinhos e cacos de vidro mas, ao mesmo tempo, que seguia por uma estrada de tijolos amarelos, cheia de curvas, com vista para o mar, dragões, cavaleiros de armadura e princesas.

Neste blog, usarei e abusarei de minha grande amiga, a palavra escrita, com a qual convivi todos estes anos, compartilhando o leito, os sonhos, os anseios, temores, amores, tristezas, alegrias, derrotas e vitórias.

A palavra escrita, meu refúgio... onde sempre consegui colocar pra fora tudo o que eu sentia, falar o que eu não conseguia falar, escapar do medo paralisante que as vezes me acometia.
Por ter sido minha companheira durante todos estes anos, e por saber que, apesar de nossa relação promíscua, ela, a palavra, nunca me abandonará, resolvi fazer-lhe esta singela homenagem.
Mal escritas linhas nunca conseguirão expressar a importância das palavras para mim.
Mas, como tudo em minha vida, as escreverei mesmo assim.

Sem me prolongar mais, apresento-lhes,

MUTE - A história por trás da história ...

quinta-feira, 18 de julho de 2013

Shelly Charmaine no Mundo Mágico de OZ

Quem sou? Não sou meu CV, histórico escolar ou astrologia... Sou o complexo de experiências inenarráveis que me moldaram desta forma. Portanto, como me descrever para quem jamais me conheceu? Sei lá... Tentarei desta maneira, sobre meu âmbito pessoal, e assim deixarei:
O teatro das oprimidas é o título que dei para a tese deste "eu" inventado. De fato acredito que somos feitos de um mosaico de personalidades, especialmente nós, mulheres. Nós somos capazes das mais intensas das insanidades e chegamos até a passar por bipolares esquizofrênicas, principalmente em determinada fase do mês... Fato é que eu abraço a causa e me rendo à emergência ocasional das loucuras sinceras, minhas confortáveis epifanias de maluca, enquanto muitas outras de minha "espécie" negam esta beleza intríseca digna de sanatório. Meu lema: Descubra quem és e o seja propositalmente.
 
Portanto, para narrar um pouco sobre minha pessoa lúdica, irei utilizar uma ilustração totalmente nada a ver com o que eu estava dizendo:   
 
Quantas vezes li e assisti O Maravilhoso Mágico de Oz? Tanto faz. O importante é que decorei o filme. Após observar as mesmas cenas, consegui desvendar as entrelinhas dentro da estória.
 
Suponhamos a possibilidade de encarnar a figura ingênua, porém muitíssimo determinada, de Dorothy. A incansável ruiva inconveniente e o pulguento Totó que seguem rumo uma jornada repleta de empecilhos, mas os enfrentam com muita classe - aliás, a simpatia pelo personagem com cachos sem frizz em maria-chiquinha se torna enorme quando notamos que até seu make permanece impecável, chegando intacto nos créditos finais da película -. Pois bem... No filme, Dorothy precisava apenas seguir os benditos tijolos amarelos. Ok, fácil vai... Mas não, não para Dorothy e seu problema de déficit de atenção... Precisava prolongar seu o retorno a Kansas City - compreensível - para bagunçar a vida de muita gente. Antes de abandonar o Mágico Mundo de Oz, ela mete o bedelho na vida dos cidadãos locais, soluciona as dificuldades políticas do Reino e, como se não bastasse, batiza outro Rei com a coroa! Folgada...
 
Após análise de Dorothy, podemos observar que problema da ruivinha é sua lista de prioridades. Ela cria a ilusão de ser benevolente e solicita, até mesmo quando não lhe convém. Adora tirar as coisas de sua devida ordem só para (des)organizar tudo na sua própria maneira. É apenas após ela desfazer todos os nós - estes, bastante subjetivos - da humanidade, que ela corre (ou anda bemmmmm devagar) atrás de seu objetivo, que é voltar para Kansas, óh dó... Fui assim por muitos anos da minha longa adolescência que perdura até os dias mais atuais.
 
Digno adendo: *Poucos sabem que, numa das edições do escritor L. Frank Baum, a ambiciosa Dorothy conquista o Império inteiro se torna princesa de Oz! Quem diria, hein?!*
 
Para piorar, não me coloco apenas como Dorothy e minha analogia psicológica, coloco-me como o próprio Mágico de Oz, que apesar de ser indicado como uma farsa por utilizar de recursos que o torna mais poderoso perante os olhos dos demais, é um senhorzinho bastante bem humorado (liberdade de interpretação, já que refiro a mim mesma) que sabe se virar muito bem com sua grande criatividade e engenhosas artimanhas – as qualidades surgem para camuflar sua natureza insegura -. Sim, sou insegura e me pinto como arrogante em alguns momentos de defensiva; aliás a vida é uma seleção natural, e eu sobrevivo.
 
~*~*~*~
Agora fugindo da fábula...Fato é que eu dei muito trabalho para minha mãe, que se separou do meu pai quando eu não havia completado nem 3 anos, morávamos com minha avó. Sempre fui meio foguetinha vingativa. Do tipo que se irritava com as brincadeiras dos meus irmãos e acabava saindo correndo atrás deles para acabar com a raça daqueles palhaços. Eles são dois, mais velhos, e muitas vezes eram mais terríveis hiperativos que eu. Gostavam de tirar sarro da minha pobre inocência. Enforcavam meus ursinhos na escada e faziam vozes para eu acreditar que o composto de algodão estava implorando por salvação. Colocavam cola nas minhas bonecas. Faziam armadilhas para eu me machucar enquanto andava distraída dentro das limitações das paredes de casa... Eu saia aos berros! Contava tudo para mamãe e ainda aumentava a história, que ia lá dar uma bela de uma bronca nos meninos em seguida.
 
O tempo passou, parei de colocar formiga no congelador e tentar ressuscitá-la no microondas, parei de acreditar que meus bonecos tinham vida, deixei de pensar que tomar banho pelando iria “queimar calorias”, percebi que verduras são do bem e que a família é meu alicerce e meus irmãos são meus melhores amigos. Esse foi meu começo.
  
Permaneço como uma simples mulher, ou seja, totalmente incomum e pirada, com a Dorothy e o Mágico nas entranhas, com a neurose voluntária de perder o controle sobre o SIM e NÃO e aproveitar a imersão apostada do TALVEZ – minha latente assinatura. Há verdadeiras surpresas nas entrelinhas do "talvez". Isso me atrai... Apesar dos diversos pensamentos que correm em círculos e ziguezague em minha indecisa mente, de uma coisa sempre tive certeza: queria escrever um livro. 

Eis então que um convite surge e, sem titubear, berro: SIM!!!

Garanto-lhes que muito que está/estará aqui e lá, no MUTE terá os sabores do EU sincera... Arranco minha máscara e pele. Entrego-lhes minha alma...branda, ou não.
Boa leitura!

segunda-feira, 8 de julho de 2013

O início de um personagem

Regaremos as rosas de seu jardim de luxúrias com tinta cor vermelho-sangue e deixar sua natureza enrubescer perante suas vontades.

domingo, 7 de julho de 2013

Citação /inspiração


“Choose life. Choose a job. Choose a career. Choose a family. Choose a fucking big television, Choose washing machines, cars, compact disc players, and electrical tin openers. Choose good health, low cholesterol and dental insurance. Choose fixed- interest mortgage repayments. Choose a starter home. Choose your friends. Choose leisure wear and matching luggage. Choose a three piece suite on hire purchase in a range of fucking fabrics. Choose DIY and wondering who you are on a Sunday morning. Choose sitting on that couch watching mind-numbing sprit- crushing game shows, stuffing fucking junk food into your mouth. Choose rotting away at the end of it all, pishing you last in a miserable home, nothing more than an embarrassment to the selfish, fucked-up brats you have spawned to replace yourself. Choose your future. Choose life... But why would I want to do a thing like that?”.

Trainspotting

sábado, 6 de julho de 2013

A "nova" gramática

Desde que resolveram colocar a língua portuguesa novamente de ponta cabeça e fomos obrigados a "desaprender" tudo aquilo que nos ensinaram nas dolorosas aulas de gramática do colégio devido à maledeta reforma ortográfica - o curioso é um país cuja maioria é analfabeta e os poucos alfabetizados são alfabetizados funcionais (conotativo e denotativo, tá?), os nossos "representantes" adoram brincar com nosso idioma; sádicos brincalhões de grotesca irônia...- perdemos a mão de algumas regras  básicas, que por muitos anos nos faziam quase sentido.  Então, por não saber mais como escrever e, apesar de querermos desesperadamente manter o PHarmácia e outras delicias saudosas das palavras só porque vintage é moda, resolvemos fazer este post para nos lembrar algumas mudanças importantes para não errar feio em nosso livro. Preparem-se, o que segue é bastante enfadonho, porém necessário:


(Copiamos, aliás também não temos saco para escrever uma a uma. Site: http://revistaescola.abril.com.br/fundamental-1/ultima-chamada-novo-acordo-ortografico-passa-valer-2013-682954.shtml)





 1 - Acento agudo
- Deixa de existir nos ditongos (encontro de duas vogais em uma só sílaba) abertos "ei" e "oi" das palavras paroxítonas (que têm a penúltima sílaba pronunciada com mais intensidade).

heróico heroico

assembléia assembleia


Observação: as oxítonas (com acento na última sílaba) e os monossílabos tônicos terminados em "éi", "éu" e "ói", no singural e plural (anéis, chapéu e herói) continuam com acento.

- Desaparece nas paroxítonas com "i" e "u" tônicos que formam hiato (sequência de duas vogais que pertencem a sílabas diferentes) com a vogal anterior, que, por sua vez, faz parte de um ditongo.

feiúra feiura

Observação: as vogais "i" e "u" continuam a ser acentuadas se formarem hiato, mas estiverem sozinhas na sílaba ou seguidas de "s" (baú e baús) ou, em oxítonas, se forem precedidas de ditongo e estiverem no fim da palavra (tuiuiú).
 
2 - Trema
- É eliminado, mas a pronúncia continua a mesma.

tranqüilo tranquilo

freqüente frequente


Observação: o sinal foi mantido em nomes próprios de origem estrangeira, bem como em seus derivados (como em Müller e mülleriano).
 
3 Acento circunflexo
- Não é mais usado nas palavras terminadas em "oo".

enjôo enjoo

- Também desaparece o circunflexo na conjugação da terceira pessoa do plural do presente do indicativo dos verbos crer, ler, ver e derivados.

lêem leem

Observação: nada muda na acentuação dos verbos ter e vir e dos seus derivados.
 
4 Acento diferencial
- Nos casos abaixo, não é mais usado para facilitar a identificação de palavras homófonas, ou seja, que têm a mesma pronúncia.

- pára (forma verbal) e para (preposição)

- pelo (preposição + "o") e pêlo (substantivo)

Observação: duas palavras continuarão recebendo o acento diferencial:

- Pôr (verbo) mantém o circunflexo para que não seja confundido com a preposição por.

- Pôde (verbo conjugado no passado) também mantém o acento para que não haja confusão com pode (o mesmo verbo no presente).
 
5 Hífen
- Deixa de ser empregado quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa com as consoantes "s" ou "r". A consoante, então, passa a ser duplicada.

anti-religioso antirreligioso

- Caiu nos casos em que o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa com outra.

auto-estrada autoestrada

Observação: ele se mantém quando o prefixo termina com "r" e o segundo elemento começa com a mesma letra, como em super-resistente

domingo, 30 de junho de 2013

Despindo um pouco mais uma protagonista

 
 
 
Meus súditos me seguem para onde eu for, embriagados com meu doce veneno e jeito mordaz. Não me adore. Não chore. Não quero suas esmolas. Sinto pena de você... No fundo estou pouco me lixando para sua vida. Amo quem me destrói, mas me ensina com histórias, pois morro cada pouco, um pouco mais, com a dádiva que me acorrenta e condena.
 
Gostaria de fincar meus pés em solo mais uniforme; num mundo mais plano... Sem essas imensas montanhas, rochas e depressões; ladeiras íngrimes que nos jogam em queda livre, velozmente direcionadas ao penhasco. Cansa tentar subir de novo até o ponto em que estava antes. Por esta razão fiz de minha morada as cavernas mais remotas, isolada e escondida do caos, questão de autopreservação. Após muito tempo refletindo e consumindo minha própria loucura, rendi-me ao mundo sujo. Atualmente bebo todos os venenos da humanidade e decapto os sonhos um por um por sede de sabotagem; quero ser a compositora das minhas melancólicas músicas melancólicas, que canto com toda a força de meus pulmões. Sei que aqui é preciso trabalhar pra ser e existir, agir de acordo com o recomendado na bula, mas ainda acredito que sobreviver é, nesta Terra, prostituir-se. Tenho a consciência de que nada me pertece além do que você pode me dar e, acredite, irei despi-lo e  deixá-lo às avessas. Espero que esteja armado com um boa história, caso contrário corroeirei suas lembranças, pois almoço minhas vinganças ainda quentes....
 
 

Arbítrio


quarta-feira, 19 de junho de 2013

Construindo o caráter de uma das protagonistas - tentativa de estabelecer um tom para sua "voz"

 
 
Fomos ensinados a sobreviver e não a viver. Sou demasiadamente metafórica para o mundo externo e demasiadamente superficial para atender ao que ele me cobra. Aliás, cobram tudo. Consomem tudo. Belo fast food esta merda toda. Cansamos rápido e partimos para novos atrativos para desgustar. Eu sei... sou assim também.
 
Engolem, mal digerem e já nos defecam. E, assim, acabamos como parasitas intestinais prontos para devorar as entranhas do próximo. Vermífugo funciona sim, temporariamente: Nos curamos da nossa própria doença até que a ânsia retorne, esfomeada. Voltamos a inspirar a fumaça asfixiante. Somos viciados em nos engolir e sermos eternos hospedeiros dentro do corpo daqueles que melhor nos servirem. Para tanto, vendemos nossas alma e colocamos em liquidação nossos princípios. Comercializados e reciclados. Isso nos transforma em verdadeiras putas; igual a vocês... Putas merecidas.
 
De algumas verdades sufocadas e repletas de mentiras, lhes mato entre as palavras de suas histórias e fujo para sempre...

Reflexões rascunho protagonista - Parte: A procura de Deus

Vamos! Apareça logo! Quero minhas verdades! Não acredito que minha existência é apenas ficar questionando sobre a existência! Cansei de viver como observadora distante, que plana onipresente neste mundo onde todos buscam respostas para perguntas erradas. Minhas iguais também acreditam que há algo além do que conhecemos e vemos habitualmente ao nosso redor, mas ninguém se move frente às mudanças, ficam estagnadas no conformismo de suas indagações.

Quem repete sempre os velhos pensamentos numa perspectiva similar está criando clones para um velho mundo, digo-lhes...  Somos espelhos, refletimos o que observamos e após milênios admirando, em silêncio, mais do mesmo, foi que minha curiosidade rugiu alto e segui em busca das divindades que se ouviam como mitos...
 
Durante a jornada me deparei com diversas figuras incomparavelmente errôneas  daquilo que buscava. Afinal, se Inri Cristo fosse Jesus, ele seria moderno, usaria calça skinny e all star. Ele foi descartado da minha (im)possível lista. Alguma outra pessoa se habilita? Podem abaixar as mãos: Cid Moreira, Walter Mercado,  Mãe Diná, Henry Sobel, Zeus e Aquiles, com seu frágil tendão. Seus discursos são tão repetitivos, enfadonhos e inoperantes! Vocês não são meus Deuses e não encontrarei em nenhum a minha redenção.
 
Desolada com as decepções de minha jornada, descobri em mim o Deus que procurava. Precisa apenas de estímulos para viver, crenças para me sustentar e histórias para me alimentar. As pessoas se recordarão de meu nome, criarão altares e farão homenagens em prece antes de seus jantares em família, sustentarão rituais absurdos para pedir minha proteção e me darão em troca suas memórias... Caso contrário terão que rezar para se protegerem contra mim. Devoro-os...

terça-feira, 11 de junho de 2013

Personagem Z - a lembrança vs encontro

Meu olhar esperançoso – apenas o olhar, pois meu corpo permanecia em inércia - cruzou a Avenida e se fixou nela. Os milhares de carros rasgavam velozmente o asfalto cinzento de cimento, fazendo dela, flashes, como revista em quadrinhos. Lá estava ela, em sua frente, mas não havia coragem suficiente... Pronunciei um som qualquer pelos lábios entreabertos para chamar sua atenção, porém, sem sucesso, foi abafado pelas buzinas e freios dos automóveis da barulhenta e acessa cidade; não insisti.

Ela é a paisagem perdida no tempo, de um compasso que não toca mais no mesmo ritmo que o meu. Fico contente apenas em observar seus ansiosos passos; parecia que sabia estar sendo observada,  Como se aguardasse o improvável e espontâneo momento, sem saber que este instante estava por vir...

Havia retornado. Até quando? Não importa.

sexta-feira, 31 de maio de 2013

Os segredos doutro. Término. Personagem Y

Ela, com voz trêmula de nervosismo e alguns soluços de choro engasgado, diz:
Antes mesmo que conseguisse entender seu amor, sua frieza e desdém lhe desenharam como um vil moleque, ainda que mesmo amendotrado. Gostaria que deixasse de lado este androide emocional que entrega junto a sua vulnerável alma. Sei que é bom. Sei que é bem... Mas não me importo mais. Não me vejo em seus sorrisos. Não o vejo. 

Eu dou continuidade a suas falas, que me atigem como facadas - mas não demonstro -, com uma justificativa que nada conclui sua concepção já montada sobre minha pessoa, mas foi regada de verdades gritantes e autorreflexão nocivas, aos meus próprios ouvidos: 
Não sei por qual razão você reclama, conhece-me muito bem! Continuo aquele boçal de aparelho que vestia a calça por cima da camisa e ria mostrando as gengivas, sempre de restrito acesso. Talvez eu seja sim um homem menos homem por me recusar a o ser – ao menos na maneira que você queria. Sou meu maior repúdio por ter aversão ao que me parece ordinário e me escondo em formas de gelo dentro do meu congelador para preservar o pouco de mim ainda não corrompido. Existem coisas que você ainda não desvendou, assuntos que finjo esquecer. Portanto, perca-me, não me importo. Nós já nascemos perdendo... Perdemos inocência, perdemos pureza, perdemos coragem, perdemos curiosidade, perdemos pensamento próprio, perdemos determinação, perdemos revolta, perdemos amor, perdemos pessoas, perdemos dinheiro, perdemos amigos, perdemos beleza, perdemos tempo, perdemos simpatia, perdemos paciência, perdemos cabelos, perdemos desejos, perdemos oportunidades, perdemos anos, perdemos liberdade, perdemos os dentes, perdemos moral, perdemos nós mesmos, perdemos a razão, perdemos o bom senso, perdemos virtude, perdemos objetivos, perdemos caráter. Perdemos o gosto, perdemos o gozo, perdemos o começo e agora chega a hora de ganhar: um fim.


quarta-feira, 29 de maio de 2013

Críticas anônimas e um pouco mais sobre o livro...

Recentemente recebemos um comentário apócrifo que desfiava "elogios" ao primeiro draft  de nossa protagonista: “Sua personagem é repugnante, ela é justamente o reflexo da mentalidade raza [sic] de que [sic] não entende o mundo como ele é... com certeza reflete o extremo psicologismo e a pequenes [sic] do Deus(es) que a criou”. Agradecemos ao leitor anônimo, intitulado “Faminto”, por acompanhar nosso blog e por seu depoimento, de díficil compreensão, mas com ares de crítica.
 
É de bom tom lembrar que o intuito deste blog é, tão somente, mostrar e discutir as ideias que temos e os trilhos que seguiremos. Nosso livro não agradará a todos os gostos e nem temos esta pretensão.
 
Não se trata de uma biografia, crônica, ensaio e definitivamente não será um conto infantil. Nossa história será baseada em uma fábula da mitologia trazida aos dias de hoje, portanto, uma ficção. Como sabem, os personagens mitológicos e suas outras variações que observamos em diversas literaturas-referências, sempre possuem um lado misterioso, capcioso e, muitas vezes, sensual... Alguns revelam até um lado vingativo. A nossa protagonista seguirá essa linha, sem preconceitos ou antissépticos sociais.

Àqueles que se incomodarem com o conteúdo dos posts, pedimos a gentileza de não levarem tão a sério nossa produção criativa. A liberdade poética e de expressão é condição sine qua non para se contar uma boa história.
 
Críticas e comentários são sempre bem vindos desde que devidamente identificados e, de preferência, sem maltratar a língua portuguesa (deixem isso conosco rs). Somos os Deuses reais de nossos personagens fictícios. Além disso, somos responsáveis legais por todos os comentários expostos neste blog, reservando-nos, portanto, o direito de publicá-los ou não. Mostrem suas caras e abriremos seu espaço aqui.

Abraços,