quinta-feira, 18 de julho de 2013

Shelly Charmaine no Mundo Mágico de OZ

Quem sou? Não sou meu CV, histórico escolar ou astrologia... Sou o complexo de experiências inenarráveis que me moldaram desta forma. Portanto, como me descrever para quem jamais me conheceu? Sei lá... Tentarei desta maneira, sobre meu âmbito pessoal, e assim deixarei:
O teatro das oprimidas é o título que dei para a tese deste "eu" inventado. De fato acredito que somos feitos de um mosaico de personalidades, especialmente nós, mulheres. Nós somos capazes das mais intensas das insanidades e chegamos até a passar por bipolares esquizofrênicas, principalmente em determinada fase do mês... Fato é que eu abraço a causa e me rendo à emergência ocasional das loucuras sinceras, minhas confortáveis epifanias de maluca, enquanto muitas outras de minha "espécie" negam esta beleza intríseca digna de sanatório. Meu lema: Descubra quem és e o seja propositalmente.
 
Portanto, para narrar um pouco sobre minha pessoa lúdica, irei utilizar uma ilustração totalmente nada a ver com o que eu estava dizendo:   
 
Quantas vezes li e assisti O Maravilhoso Mágico de Oz? Tanto faz. O importante é que decorei o filme. Após observar as mesmas cenas, consegui desvendar as entrelinhas dentro da estória.
 
Suponhamos a possibilidade de encarnar a figura ingênua, porém muitíssimo determinada, de Dorothy. A incansável ruiva inconveniente e o pulguento Totó que seguem rumo uma jornada repleta de empecilhos, mas os enfrentam com muita classe - aliás, a simpatia pelo personagem com cachos sem frizz em maria-chiquinha se torna enorme quando notamos que até seu make permanece impecável, chegando intacto nos créditos finais da película -. Pois bem... No filme, Dorothy precisava apenas seguir os benditos tijolos amarelos. Ok, fácil vai... Mas não, não para Dorothy e seu problema de déficit de atenção... Precisava prolongar seu o retorno a Kansas City - compreensível - para bagunçar a vida de muita gente. Antes de abandonar o Mágico Mundo de Oz, ela mete o bedelho na vida dos cidadãos locais, soluciona as dificuldades políticas do Reino e, como se não bastasse, batiza outro Rei com a coroa! Folgada...
 
Após análise de Dorothy, podemos observar que problema da ruivinha é sua lista de prioridades. Ela cria a ilusão de ser benevolente e solicita, até mesmo quando não lhe convém. Adora tirar as coisas de sua devida ordem só para (des)organizar tudo na sua própria maneira. É apenas após ela desfazer todos os nós - estes, bastante subjetivos - da humanidade, que ela corre (ou anda bemmmmm devagar) atrás de seu objetivo, que é voltar para Kansas, óh dó... Fui assim por muitos anos da minha longa adolescência que perdura até os dias mais atuais.
 
Digno adendo: *Poucos sabem que, numa das edições do escritor L. Frank Baum, a ambiciosa Dorothy conquista o Império inteiro se torna princesa de Oz! Quem diria, hein?!*
 
Para piorar, não me coloco apenas como Dorothy e minha analogia psicológica, coloco-me como o próprio Mágico de Oz, que apesar de ser indicado como uma farsa por utilizar de recursos que o torna mais poderoso perante os olhos dos demais, é um senhorzinho bastante bem humorado (liberdade de interpretação, já que refiro a mim mesma) que sabe se virar muito bem com sua grande criatividade e engenhosas artimanhas – as qualidades surgem para camuflar sua natureza insegura -. Sim, sou insegura e me pinto como arrogante em alguns momentos de defensiva; aliás a vida é uma seleção natural, e eu sobrevivo.
 
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Agora fugindo da fábula...Fato é que eu dei muito trabalho para minha mãe, que se separou do meu pai quando eu não havia completado nem 3 anos, morávamos com minha avó. Sempre fui meio foguetinha vingativa. Do tipo que se irritava com as brincadeiras dos meus irmãos e acabava saindo correndo atrás deles para acabar com a raça daqueles palhaços. Eles são dois, mais velhos, e muitas vezes eram mais terríveis hiperativos que eu. Gostavam de tirar sarro da minha pobre inocência. Enforcavam meus ursinhos na escada e faziam vozes para eu acreditar que o composto de algodão estava implorando por salvação. Colocavam cola nas minhas bonecas. Faziam armadilhas para eu me machucar enquanto andava distraída dentro das limitações das paredes de casa... Eu saia aos berros! Contava tudo para mamãe e ainda aumentava a história, que ia lá dar uma bela de uma bronca nos meninos em seguida.
 
O tempo passou, parei de colocar formiga no congelador e tentar ressuscitá-la no microondas, parei de acreditar que meus bonecos tinham vida, deixei de pensar que tomar banho pelando iria “queimar calorias”, percebi que verduras são do bem e que a família é meu alicerce e meus irmãos são meus melhores amigos. Esse foi meu começo.
  
Permaneço como uma simples mulher, ou seja, totalmente incomum e pirada, com a Dorothy e o Mágico nas entranhas, com a neurose voluntária de perder o controle sobre o SIM e NÃO e aproveitar a imersão apostada do TALVEZ – minha latente assinatura. Há verdadeiras surpresas nas entrelinhas do "talvez". Isso me atrai... Apesar dos diversos pensamentos que correm em círculos e ziguezague em minha indecisa mente, de uma coisa sempre tive certeza: queria escrever um livro. 

Eis então que um convite surge e, sem titubear, berro: SIM!!!

Garanto-lhes que muito que está/estará aqui e lá, no MUTE terá os sabores do EU sincera... Arranco minha máscara e pele. Entrego-lhes minha alma...branda, ou não.
Boa leitura!

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