domingo, 28 de julho de 2013

Chega!

Tenho milhares de anos. Na aurora do tempo, os homens me adoravam. Minhas filhas saciavam minha luxúria. Vivia feliz pelos lagos e montanhas. Era uma época mais lúdica. O ápice de era da razão. Hoje vivo entre eles. Os tempos são outros... Eu os detesto... Não! os abomino.
Como destroem suas florestas, poluem o céu, procriam como porcos, estão sempre em guerras intermináveis e sem sentido. São como vírus que se espalham e consomem seu hospedeiro, que definha lentamente...

Chega.

Não permitirei... Não permitiremos mais isso. Chegou a hora de lidar com esses ratos de maneira definitiva. Os que sobrarem, nos servirão, esquentarão minhas noites com seus corpos descartáveis, me adorarão, como no passado.

Não tenho certeza se ela vai me ajudar. Espero que sim. Muitas vezes, deitados sobre o céu estrelado, sonhamos e pensamos em como impedi-los. Mas ela mudou... Quando conheceu aquele maldito menestrel... (ainda vou estuprá-lo e comer suas entranhas e arrancar seu coração e fazê-lo gritar e gritar e gritar, com ela assistindo)... Ela não frequenta mais meu leito (quem ela pensa que é?), vive naquela floresta tropical quente e suja... Parece gostar deles...

Mas ela tem algo que quero. algo que preciso... Devo encontrá-la primeiro. Ela vai me ajudar, de uma maneira ou de outra...

domingo, 21 de julho de 2013

Como tudo começou...

Tenho um sonho... Gosto muito das palavras, gosto de escrevê-las, dissecá-las, saboreá-las...
 e chegou a hora de empregá-las para contar histórias.

Tudo começou com uma conversa, que transcrevo aqui, com minha amiga e, como eu, uma anônima escritora amadora, Shelly Charmaine:
 
Primeira Parte - O Convite...
Renato Recife 
Shelly, tudo bem, como vai?  Quero fazer uma proposta para você... resolvi investir em um projeto que tenho faz tempo, de escrever um livro, de contar uma história para o mundo. Como você sabe, adoro escrever e tenho esse sonho faz tempo.
Você se interessaria em escrevê-lo comigo? Pretendo, em princípio, escrever sobre historia, ainda estou refinando o assunto. É um projeto a longo prazo, para terminar e lançar do meio para o fim de 2014.
Precisaria de ajuda principalmente em pesquisa, revisão, sugestões, design e edição. Você que nutre a mesma paixão que eu por palavras, teria a chance de se por a prova e participar da produção de um livro do começo ao fim. Preciso de alguém inteligente e fascinado pela leitura para me ajudar e guiar.
Esta tudo meio embrionário. Tenho o projeto, a estimativa de custos, uma ideia de tema, tempo e muita vontade. A única certeza que tenho é que se nos dedicarmos, vai sair. Afinal é um tema que realmente gostamos e, quando se vai atrás do que se gosta, as coisas nascem, de uma maneira ou de outra. Vai sair legal, não tenho dúvidas.

Shelly Charmaine
Estou aqui, Renato! Nada me daria mais prazer do que ajudá-lo a consolidar um sonho, que é meu também! Preciso de mais informações, é claro. Teria que ser algo em horas livres, pois também não posso comprometer meu desempenho em meu atual emprego, muito menos largar meu ganha pão para comer apenas palavras.
 
Para organização seria essencial estabelecermos horas de trabalho e prazo de entregas, assim manteremos um fluxo de real de desenvolvimento e criação. Aliás, você já tem o esqueleto sobre o conteúdo?

Renato Recife
Vou amadurecer a ideia, fechar o tema (já te envolvendo na discussão) e depois a gente se reúne para discutir como escrever o livro. É um projeto para 1 ano e meio, que vai demandar muito esforço e dedicação. Será muito legal trabalharmos juntos. Uma experiência para ambos. Caso o livro dê certo, e acredito que possa dar - sou um otimista inveterado e acredito no nosso trabalho -, podemos, quem sabe, nos dedicar inteiramente a escrita.

Shelly Charmaine
Combinado Renato! Aguardo, ansiosa!


Segunda parte - O livro, a ideia, o conceito...

Renato Recife
Sabe...Essas coisas são estranhas, mas me acontecem de vez em quando. Na hora que me faltam ideias e está tudo meio nebuloso, elas surgem do nada. Esta noite fiquei pensando muito durante a madrugada. Estava indo pelo caminho errado com o livro. Agora acho que encontrei um tema. Veja o que acha dos pontos que trouxe à tona:
Qual nosso real objetivo ao escrever este livro?
Não é ganhar dinheiro (pelo menos não agora), e sim contar histórias. Isso que me motiva. Contar uma história para as pessoas. Uma história que tenha um pedaço da gente, óbvio, porém mais do que tudo uma boa história que toque os leitores e os faça pensar, como todos os bons livros já que li.
Mas qual seria essa história? A minha história? A história de um grande vulto da humanidade? Uma história fictícia?
 
Não acho que saberia contar a minha história. Escrever uma biografia de alguém e/ou algum acontecimento histórico, parece-me um tanto desgastado, afinal milhares de autores de gabarito, com muito mais conhecimento literário, acesso à informações e experiência, já escrevem; não há necessidade de fazermos o mesmo.
 
Uma ficção me interessa, conforme demonstrei a você nas minhas primeiras concepções para o livro. Eu gostaria de escrever sobre isso, porém o farei em algum outro momento, quando tivermos uma boa história para contar. Ou melhor, quando uma boa história vier a nós...
 
Depois desse "breve" preâmbulo, Shelly, vamos ao tema. Quero escrever as histórias que ninguém quer contar. De Brasileiros esquecidos, parias da sociedade. Trazer a luz suas lutas, suas vitorias, suas derrotas...

Shelly Charmaine
Então montaremos um purgatório purificador para as narrações interrompidas, para as histórias ignoradas, vozes amordaçadas que deixaram no silêncio suas ricas experiências por não terem a quem compartilhar, para as vontades vetadas, para os sonhos esquecidos e/ou perseguidos, para as icógnitas atos notórios em sua perspectiva! Misturar realidades pesquisadas com nosso lirismo lúdico para romanceia a escrita, sem medo de deixar transparecer a nossa genuína vontade de escrever, mesmo sem grandes experiências, e deixaremos as palavras cruas nos conduzir para transformar em palpável esta ideia, sem antisséptico social nem sinal vermelho... Precisamos de uma linha guia pra colar tudo isso. Estou empolgada!
 

 
E o resto desta obra, caro leitor, deixamos para sua imaginação e para contar nas linhas do MUTE, nosso livro... Aqui daremos o gostinho dos bastidores para a concretização do sonho e deixar transparecer para todos os outros "anônimos escritores amadores", que há espaço para no mundo das letras inclusive para aqueles que não receberam receitas de "como escrever um livro", afinal, histórias /estórias devem ser expostas. Basta começar. Basta começar...

sábado, 20 de julho de 2013

A Pré-história - Primeira ideia

Quando começamos a planejar o livro, nossa ideia era escrever uma ficção ambientada no período que antecede a invenção da escrita.

Mais especificamente, a história se passaria no paleolítico, época em que algumas espécies de hominídios como o homem de Cro-Magnon, o Neanderthal , o Homo Rhodesiensis e outras variações arcaicas do homo erectus, conviveram lado a lado com o Homo Sapiens.

Iríamos escrever sobre as interações entre essas diversas subespécies, suas disputas por território e comida, diferenças culturais, surgimento da religião, da comunicação oral e primeiras demonstrações da música, evidencidas por descobertas de flautas e outros instrumento primitivos e da arte, nas pinturas rupestres encontradas em cavernas.

É um período extremamente interessante da história humana, do qual só temos vestígios encontrados em escavações por paleontólogos, o que abre muito espaço para divagar e explorar. Além disso, a possibilidade de abordar a convivência entre as diferentes espécies de hominídeos é fascinante.

Passamos um tempo estudando se iríamos ou não por este caminho e decidimos que ainda não era a hora. Tinhamos uma boa idéia mas faltava lapidá-la. A parte, escrever sobre a pré-história envolveria muita pesquisa técnica e consumiria muito tempo. Tempo que não temos, infelizmente.

De qualquer forma, contaremos essa história algum dia. Seria algo bem diferente sobre um período muito pouco explorado pela literatura, principalmente em romances.

Stay tuned.

~*~*~~*~*~*~


Tá certo: Aceite o convite para escrever um livro sem nem mesmo saber sobre o que seria, o que parece bastante arriscado para qualquer pessoa menos impulsiva. Quando ouvi toda aquela brisa do Renato sobre a Era de Ross (referência ao eterno seriado Friends), confesso que fiquei um tanto arrependida por ter sido tão precipitada. Entre conversas, tentei desviar do assunto, dizendo que é muito complicado escrever sobre o tópico, que corríamos o risco de virar uma tentativa antropológica ou uma recriação do Planeta dos Macacos, na melhor das hipóteses. Tentamos até estruturar o conceito sugerido em uma região específica, pensamos nos lados da atual Europa Oriental... Não, ainda não me convenceu e, no fundo, não acho que tenha convencido o próprio Renato.


Mas não paramos por aí, fomos além! Surtamos sobre a hipótese dos répteis terem se evoluído, não os Homo Sapiens, viajamos tão longe que beiramos à reprise da Família Dinossauro feat. aqueles homenzinhos azuis on LSD, Avatar. Foi então, dentre gozações acerca do tema, que decidimos nos limitar a algo um pouco mais palpável, ao menos mais nítido, já que não compreendo e/ou me interesso lhufas por esta época e, se tivesse minha mão neste conteúdo, iria sair uma sátira nada agradável para os amantes da História.

 
Seguimos com brainstormming e evoluímos para uma época recente, tipo hoje.  

sexta-feira, 19 de julho de 2013

Renato Recife - Um pouco sobre mim

 

Sou um geminiano legítimo, dotado de uma mente cartesiana, herança genética dos homens de minha família paterna, que ocupa boa parte de seu tempo tentando conviver, entender e eventualmente domar, uma sensibilidade enorme, irascível e intensa.

Este estado de constante conflito entre meu "eu" racional e meu "eu" emotivo e sensível, já me trouxe muitos problemas, desde conseguir compreender e aceitar as regras tácitas que regem a vida em sociedade, até ser aceito em um mundo que normalmente tem dificuldades de compreender e aceitar quem não segue estes padrões.

Por outro lado, esta mesma dicotomia me permitiu buscar sonhos que jamais pensei que poderiam ser meus. Me fez alçar voos que não sabia ter capacidade de alçar. Me levou a lugares distantes e exóticos que nunca pensei que conheceria. Me ajudou a construir uma carreira profissional que nunca, mas nunca mesmo, pensei que construiria. Me permitiu viver aventuras que nem lendo livros, meus eternos companheiros, vivi. Me trouxe amores intensos que não imaginava ser merecedor. Me apresentou a pessoas, companheiros de viagem e amigos verdadeiros que não achava que teria e, finalmente, me trouxe até aqui, relativamente são e salvo.

Vivi intensamente, a 1000 por hora, sem preocupações, sem freio e sem travas. Entre percalços e  improvisos, reflexões e atos impulsivos, escoriações, machucados, pauladas e carinhos, sobrevivi.

Hoje, percebo, pela primeira vez, ter atingido uma paz interior que me permite parar e refletir sobre o caminho que trilhei.

Um caminho árduo, duro, cheio de pedras, espinhos e cacos de vidro mas, ao mesmo tempo, que seguia por uma estrada de tijolos amarelos, cheia de curvas, com vista para o mar, dragões, cavaleiros de armadura e princesas.

Neste blog, usarei e abusarei de minha grande amiga, a palavra escrita, com a qual convivi todos estes anos, compartilhando o leito, os sonhos, os anseios, temores, amores, tristezas, alegrias, derrotas e vitórias.

A palavra escrita, meu refúgio... onde sempre consegui colocar pra fora tudo o que eu sentia, falar o que eu não conseguia falar, escapar do medo paralisante que as vezes me acometia.
Por ter sido minha companheira durante todos estes anos, e por saber que, apesar de nossa relação promíscua, ela, a palavra, nunca me abandonará, resolvi fazer-lhe esta singela homenagem.
Mal escritas linhas nunca conseguirão expressar a importância das palavras para mim.
Mas, como tudo em minha vida, as escreverei mesmo assim.

Sem me prolongar mais, apresento-lhes,

MUTE - A história por trás da história ...

quinta-feira, 18 de julho de 2013

Shelly Charmaine no Mundo Mágico de OZ

Quem sou? Não sou meu CV, histórico escolar ou astrologia... Sou o complexo de experiências inenarráveis que me moldaram desta forma. Portanto, como me descrever para quem jamais me conheceu? Sei lá... Tentarei desta maneira, sobre meu âmbito pessoal, e assim deixarei:
O teatro das oprimidas é o título que dei para a tese deste "eu" inventado. De fato acredito que somos feitos de um mosaico de personalidades, especialmente nós, mulheres. Nós somos capazes das mais intensas das insanidades e chegamos até a passar por bipolares esquizofrênicas, principalmente em determinada fase do mês... Fato é que eu abraço a causa e me rendo à emergência ocasional das loucuras sinceras, minhas confortáveis epifanias de maluca, enquanto muitas outras de minha "espécie" negam esta beleza intríseca digna de sanatório. Meu lema: Descubra quem és e o seja propositalmente.
 
Portanto, para narrar um pouco sobre minha pessoa lúdica, irei utilizar uma ilustração totalmente nada a ver com o que eu estava dizendo:   
 
Quantas vezes li e assisti O Maravilhoso Mágico de Oz? Tanto faz. O importante é que decorei o filme. Após observar as mesmas cenas, consegui desvendar as entrelinhas dentro da estória.
 
Suponhamos a possibilidade de encarnar a figura ingênua, porém muitíssimo determinada, de Dorothy. A incansável ruiva inconveniente e o pulguento Totó que seguem rumo uma jornada repleta de empecilhos, mas os enfrentam com muita classe - aliás, a simpatia pelo personagem com cachos sem frizz em maria-chiquinha se torna enorme quando notamos que até seu make permanece impecável, chegando intacto nos créditos finais da película -. Pois bem... No filme, Dorothy precisava apenas seguir os benditos tijolos amarelos. Ok, fácil vai... Mas não, não para Dorothy e seu problema de déficit de atenção... Precisava prolongar seu o retorno a Kansas City - compreensível - para bagunçar a vida de muita gente. Antes de abandonar o Mágico Mundo de Oz, ela mete o bedelho na vida dos cidadãos locais, soluciona as dificuldades políticas do Reino e, como se não bastasse, batiza outro Rei com a coroa! Folgada...
 
Após análise de Dorothy, podemos observar que problema da ruivinha é sua lista de prioridades. Ela cria a ilusão de ser benevolente e solicita, até mesmo quando não lhe convém. Adora tirar as coisas de sua devida ordem só para (des)organizar tudo na sua própria maneira. É apenas após ela desfazer todos os nós - estes, bastante subjetivos - da humanidade, que ela corre (ou anda bemmmmm devagar) atrás de seu objetivo, que é voltar para Kansas, óh dó... Fui assim por muitos anos da minha longa adolescência que perdura até os dias mais atuais.
 
Digno adendo: *Poucos sabem que, numa das edições do escritor L. Frank Baum, a ambiciosa Dorothy conquista o Império inteiro se torna princesa de Oz! Quem diria, hein?!*
 
Para piorar, não me coloco apenas como Dorothy e minha analogia psicológica, coloco-me como o próprio Mágico de Oz, que apesar de ser indicado como uma farsa por utilizar de recursos que o torna mais poderoso perante os olhos dos demais, é um senhorzinho bastante bem humorado (liberdade de interpretação, já que refiro a mim mesma) que sabe se virar muito bem com sua grande criatividade e engenhosas artimanhas – as qualidades surgem para camuflar sua natureza insegura -. Sim, sou insegura e me pinto como arrogante em alguns momentos de defensiva; aliás a vida é uma seleção natural, e eu sobrevivo.
 
~*~*~*~
Agora fugindo da fábula...Fato é que eu dei muito trabalho para minha mãe, que se separou do meu pai quando eu não havia completado nem 3 anos, morávamos com minha avó. Sempre fui meio foguetinha vingativa. Do tipo que se irritava com as brincadeiras dos meus irmãos e acabava saindo correndo atrás deles para acabar com a raça daqueles palhaços. Eles são dois, mais velhos, e muitas vezes eram mais terríveis hiperativos que eu. Gostavam de tirar sarro da minha pobre inocência. Enforcavam meus ursinhos na escada e faziam vozes para eu acreditar que o composto de algodão estava implorando por salvação. Colocavam cola nas minhas bonecas. Faziam armadilhas para eu me machucar enquanto andava distraída dentro das limitações das paredes de casa... Eu saia aos berros! Contava tudo para mamãe e ainda aumentava a história, que ia lá dar uma bela de uma bronca nos meninos em seguida.
 
O tempo passou, parei de colocar formiga no congelador e tentar ressuscitá-la no microondas, parei de acreditar que meus bonecos tinham vida, deixei de pensar que tomar banho pelando iria “queimar calorias”, percebi que verduras são do bem e que a família é meu alicerce e meus irmãos são meus melhores amigos. Esse foi meu começo.
  
Permaneço como uma simples mulher, ou seja, totalmente incomum e pirada, com a Dorothy e o Mágico nas entranhas, com a neurose voluntária de perder o controle sobre o SIM e NÃO e aproveitar a imersão apostada do TALVEZ – minha latente assinatura. Há verdadeiras surpresas nas entrelinhas do "talvez". Isso me atrai... Apesar dos diversos pensamentos que correm em círculos e ziguezague em minha indecisa mente, de uma coisa sempre tive certeza: queria escrever um livro. 

Eis então que um convite surge e, sem titubear, berro: SIM!!!

Garanto-lhes que muito que está/estará aqui e lá, no MUTE terá os sabores do EU sincera... Arranco minha máscara e pele. Entrego-lhes minha alma...branda, ou não.
Boa leitura!

segunda-feira, 8 de julho de 2013

O início de um personagem

Regaremos as rosas de seu jardim de luxúrias com tinta cor vermelho-sangue e deixar sua natureza enrubescer perante suas vontades.

domingo, 7 de julho de 2013

Citação /inspiração


“Choose life. Choose a job. Choose a career. Choose a family. Choose a fucking big television, Choose washing machines, cars, compact disc players, and electrical tin openers. Choose good health, low cholesterol and dental insurance. Choose fixed- interest mortgage repayments. Choose a starter home. Choose your friends. Choose leisure wear and matching luggage. Choose a three piece suite on hire purchase in a range of fucking fabrics. Choose DIY and wondering who you are on a Sunday morning. Choose sitting on that couch watching mind-numbing sprit- crushing game shows, stuffing fucking junk food into your mouth. Choose rotting away at the end of it all, pishing you last in a miserable home, nothing more than an embarrassment to the selfish, fucked-up brats you have spawned to replace yourself. Choose your future. Choose life... But why would I want to do a thing like that?”.

Trainspotting

sábado, 6 de julho de 2013

A "nova" gramática

Desde que resolveram colocar a língua portuguesa novamente de ponta cabeça e fomos obrigados a "desaprender" tudo aquilo que nos ensinaram nas dolorosas aulas de gramática do colégio devido à maledeta reforma ortográfica - o curioso é um país cuja maioria é analfabeta e os poucos alfabetizados são alfabetizados funcionais (conotativo e denotativo, tá?), os nossos "representantes" adoram brincar com nosso idioma; sádicos brincalhões de grotesca irônia...- perdemos a mão de algumas regras  básicas, que por muitos anos nos faziam quase sentido.  Então, por não saber mais como escrever e, apesar de querermos desesperadamente manter o PHarmácia e outras delicias saudosas das palavras só porque vintage é moda, resolvemos fazer este post para nos lembrar algumas mudanças importantes para não errar feio em nosso livro. Preparem-se, o que segue é bastante enfadonho, porém necessário:


(Copiamos, aliás também não temos saco para escrever uma a uma. Site: http://revistaescola.abril.com.br/fundamental-1/ultima-chamada-novo-acordo-ortografico-passa-valer-2013-682954.shtml)





 1 - Acento agudo
- Deixa de existir nos ditongos (encontro de duas vogais em uma só sílaba) abertos "ei" e "oi" das palavras paroxítonas (que têm a penúltima sílaba pronunciada com mais intensidade).

heróico heroico

assembléia assembleia


Observação: as oxítonas (com acento na última sílaba) e os monossílabos tônicos terminados em "éi", "éu" e "ói", no singural e plural (anéis, chapéu e herói) continuam com acento.

- Desaparece nas paroxítonas com "i" e "u" tônicos que formam hiato (sequência de duas vogais que pertencem a sílabas diferentes) com a vogal anterior, que, por sua vez, faz parte de um ditongo.

feiúra feiura

Observação: as vogais "i" e "u" continuam a ser acentuadas se formarem hiato, mas estiverem sozinhas na sílaba ou seguidas de "s" (baú e baús) ou, em oxítonas, se forem precedidas de ditongo e estiverem no fim da palavra (tuiuiú).
 
2 - Trema
- É eliminado, mas a pronúncia continua a mesma.

tranqüilo tranquilo

freqüente frequente


Observação: o sinal foi mantido em nomes próprios de origem estrangeira, bem como em seus derivados (como em Müller e mülleriano).
 
3 Acento circunflexo
- Não é mais usado nas palavras terminadas em "oo".

enjôo enjoo

- Também desaparece o circunflexo na conjugação da terceira pessoa do plural do presente do indicativo dos verbos crer, ler, ver e derivados.

lêem leem

Observação: nada muda na acentuação dos verbos ter e vir e dos seus derivados.
 
4 Acento diferencial
- Nos casos abaixo, não é mais usado para facilitar a identificação de palavras homófonas, ou seja, que têm a mesma pronúncia.

- pára (forma verbal) e para (preposição)

- pelo (preposição + "o") e pêlo (substantivo)

Observação: duas palavras continuarão recebendo o acento diferencial:

- Pôr (verbo) mantém o circunflexo para que não seja confundido com a preposição por.

- Pôde (verbo conjugado no passado) também mantém o acento para que não haja confusão com pode (o mesmo verbo no presente).
 
5 Hífen
- Deixa de ser empregado quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa com as consoantes "s" ou "r". A consoante, então, passa a ser duplicada.

anti-religioso antirreligioso

- Caiu nos casos em que o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa com outra.

auto-estrada autoestrada

Observação: ele se mantém quando o prefixo termina com "r" e o segundo elemento começa com a mesma letra, como em super-resistente