sexta-feira, 31 de maio de 2013

Os segredos doutro. Término. Personagem Y

Ela, com voz trêmula de nervosismo e alguns soluços de choro engasgado, diz:
Antes mesmo que conseguisse entender seu amor, sua frieza e desdém lhe desenharam como um vil moleque, ainda que mesmo amendotrado. Gostaria que deixasse de lado este androide emocional que entrega junto a sua vulnerável alma. Sei que é bom. Sei que é bem... Mas não me importo mais. Não me vejo em seus sorrisos. Não o vejo. 

Eu dou continuidade a suas falas, que me atigem como facadas - mas não demonstro -, com uma justificativa que nada conclui sua concepção já montada sobre minha pessoa, mas foi regada de verdades gritantes e autorreflexão nocivas, aos meus próprios ouvidos: 
Não sei por qual razão você reclama, conhece-me muito bem! Continuo aquele boçal de aparelho que vestia a calça por cima da camisa e ria mostrando as gengivas, sempre de restrito acesso. Talvez eu seja sim um homem menos homem por me recusar a o ser – ao menos na maneira que você queria. Sou meu maior repúdio por ter aversão ao que me parece ordinário e me escondo em formas de gelo dentro do meu congelador para preservar o pouco de mim ainda não corrompido. Existem coisas que você ainda não desvendou, assuntos que finjo esquecer. Portanto, perca-me, não me importo. Nós já nascemos perdendo... Perdemos inocência, perdemos pureza, perdemos coragem, perdemos curiosidade, perdemos pensamento próprio, perdemos determinação, perdemos revolta, perdemos amor, perdemos pessoas, perdemos dinheiro, perdemos amigos, perdemos beleza, perdemos tempo, perdemos simpatia, perdemos paciência, perdemos cabelos, perdemos desejos, perdemos oportunidades, perdemos anos, perdemos liberdade, perdemos os dentes, perdemos moral, perdemos nós mesmos, perdemos a razão, perdemos o bom senso, perdemos virtude, perdemos objetivos, perdemos caráter. Perdemos o gosto, perdemos o gozo, perdemos o começo e agora chega a hora de ganhar: um fim.


quarta-feira, 29 de maio de 2013

Críticas anônimas e um pouco mais sobre o livro...

Recentemente recebemos um comentário apócrifo que desfiava "elogios" ao primeiro draft  de nossa protagonista: “Sua personagem é repugnante, ela é justamente o reflexo da mentalidade raza [sic] de que [sic] não entende o mundo como ele é... com certeza reflete o extremo psicologismo e a pequenes [sic] do Deus(es) que a criou”. Agradecemos ao leitor anônimo, intitulado “Faminto”, por acompanhar nosso blog e por seu depoimento, de díficil compreensão, mas com ares de crítica.
 
É de bom tom lembrar que o intuito deste blog é, tão somente, mostrar e discutir as ideias que temos e os trilhos que seguiremos. Nosso livro não agradará a todos os gostos e nem temos esta pretensão.
 
Não se trata de uma biografia, crônica, ensaio e definitivamente não será um conto infantil. Nossa história será baseada em uma fábula da mitologia trazida aos dias de hoje, portanto, uma ficção. Como sabem, os personagens mitológicos e suas outras variações que observamos em diversas literaturas-referências, sempre possuem um lado misterioso, capcioso e, muitas vezes, sensual... Alguns revelam até um lado vingativo. A nossa protagonista seguirá essa linha, sem preconceitos ou antissépticos sociais.

Àqueles que se incomodarem com o conteúdo dos posts, pedimos a gentileza de não levarem tão a sério nossa produção criativa. A liberdade poética e de expressão é condição sine qua non para se contar uma boa história.
 
Críticas e comentários são sempre bem vindos desde que devidamente identificados e, de preferência, sem maltratar a língua portuguesa (deixem isso conosco rs). Somos os Deuses reais de nossos personagens fictícios. Além disso, somos responsáveis legais por todos os comentários expostos neste blog, reservando-nos, portanto, o direito de publicá-los ou não. Mostrem suas caras e abriremos seu espaço aqui.

Abraços,